Outro dia uma paciente me perguntou: ” Dra., é possível eu ter uma gravidez Gemelar, se eu quiser?”
A resposta é Sim, é possível. Eu só não recomendo.
Na verdade, ao contrário do que as pessoas pensam, a Gravidez Gemelar está longe de ser “bonitinha”, como alguns a classificam inocentemente.
Existe um risco muito maior de complicações tanto para mãe, quanto para os fetos, do que em uma gestação única, a ponto da Gravidez Gemelar ser considerada gravidez de alto risco.
Entre as complicações maternas temos:
Entre as complicações fetais e neonatais temos:
Portanto, se a Gravidez Gemelar ocorrer espontaneamente, e isso pode acontecer, ótimo, vamos tentar conduzir da melhor forma possível para reduzir suas complicações. Mas querer ter uma Gravidez Gemelar pelo simples prazer de ter gêmeos pode não compensar o risco.
Atualmente, em função das técnicas de reprodução assistida, a incidência de Gravidez Gemelares, Trigemelares, Quadrigemelares etc, vêm aumentando muito, seja pelas técnicas de indução de ovulação, seja pelo implante direto de dois, três ou mais ” embriões ” na cavidade uterina.
Mas é possível ocorrer Gravidezes Gemelares espontâneas e a possibilidade aumenta quando há história pessoal ou familiar de gêmeos não idênticos.
Outra curiosidade que todas me perguntam é o que faz os gêmeos serem idênticos ou não.
Os gêmeos podem ser idênticos ou não, a depender de quantos óvulos foram fecundados.
Os gêmeos idênticos são chamados de Monozigóticos, por resultarem da fertilização de um único óvulo.
Os gêmeos não-idênticos são ditos Dizigóticos, porque resultam da fertilização de 2 óvulos por 2 espermatozóides diferentes. Os Monozigóticos são geneticamente idênticos e possuem características físicas semelhantes. As pequenas diferenças entre eles são resultado da interferência ambiental no desenvolvimento dos mesmos.
Já os gêmeos Dizigóticos podem ter até sexo diferentes e não são geneticamente mais parecidos do que qualquer outro de seus irmãos.
Como saber se estou gravida de gêmeos?
O diagnóstico de Gravidez Gemelar pode ser feito precocemente através do ultrassom solicitado de rotina, no primeiro trimestre da gestação.
E, se identificada, a gestante deve ser conduzida por um obstetra com experiência em Pré-Natal de alto risco e boa sorte!